A mente desencarnada, quando assombrada no incógnito do além túmulo, vale-se da receptividade dos que lhe choram a perda e, elegendo quem mais ama, a ele se cola. Todavia, ao longo desta simbiose, imitando o cogumelo que projeta extensões de si para dentro dos tecidos da alga, lhe suga, em benefício próprio, grande parte de seus elementos orgânicos.
Sim, o espírito desenfaixado de sua veste física, habitualmente lança de seu corpo espiritual para a intimidade dos tecidos psicossomáticos daquele que inconscientemente o abriga, radículas alongadas ou sutis alavancas com o fim de lhe subtrair a vitalidade, sustentando-se, por este meio, tempos que podem ser infindáveis.
No entanto, as simbioses dessa espécie, em que tantas existências respiram em reciprocidade de furto psíquico, não se limitam a fenômenos nos quais os espíritos desencarnados anestesiam ou infantilizam consciências encarnadas, porque também lhe podem transmitir moléstias complexas.
Na mesma trilha, ainda, tanto podem lhe incutir os mais insolúveis quadros mentais, como lhe impor, através do coronário, substancias do próprio pensamento que a vítima acolhe como próprios. Assim, em perfeita simbiose, permanecem estacionados no tempo refletindo-se mutuamente até que as leis da vida lhes reclamem, pela dificuldade ou pela dor, a alteração imprescindível.
Noutras circunstancias, porém, efetua-se a simbiose em condições infelizes, isto é, o desencarnado, eivado de ódio ou perversidade, permanece inoculando em suas vítimas fluídos letais que tanto podem impulsioná-las a situações anormais, conduzi-las a distúrbios do corpo espiritual que logo se estampam no corpo físico ou, ainda, lhe impor lentamente a morte.
Texto extraído do livro “‘Evolução em Dois Mundos” de Francisco Candido Xavier e Waldo Viera, pelo espírito André Luiz
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